No Brasil, a dependência em jogos de azar tem afetado muitas vidas. Resultando em perdas financeiras significativas e crises pessoais.
Em comunidades online, cerca de 500 pessoas compartilham suas histórias. Assim, essas pessoas buscam apoio para superar o vício e retomar o controle de suas vidas.
Destacam-se histórias de perdas avassaladoras, revelando a gravidade do problema.
O Caso de Patrícia: Uma Queda Rápida
Patrícia, uma cozinheira de 43 anos do interior de São Paulo, exemplifica como a dependência em jogos pode evoluir rapidamente e devastar financeiramente uma pessoa.
Ela começou a jogar online de forma despretensiosa, mas logo o vício consumiu todas as suas economias.
Patrícia
“Perdi R$ 80 mil em dois meses sem perceber. A evolução do vício é muito rápida e comparo ao crack”.
Casada, com quatro filhos e um neto, ela nunca gostou de apostas devido a um trauma familiar – seu irmão havia perdido quase tudo em jogos.
Contudo, no final de 2020, ao receber uma propaganda no celular enquanto cuidava do neto doente, sua relação com os jogos mudou.
A Primeira Aposta e a Dependência
Por curiosidade, Patrícia acessou o link da propaganda e começou a jogar um jogo conhecido como “crash” ou “jogo do foguete”.
Na época, suas finanças estavam em dia e seu negócio de marmitas ia bem. Inicialmente, ela jogava apenas para passar o tempo, mas logo estava imersa no jogo.
Patrícia
“Acordava de madrugada para jogar. Ganhava, mas rapidamente a ganância me dominava e eu não parava até perder tudo. No aniversário do meu neto, não tinha dinheiro para ajudar na festa”.
Desesperada, Patrícia pegou R$ 5 mil emprestados de um agiota, na tentativa de recuperar suas perdas.
Patrícia
“Coloquei tudo no jogo porque achava que tinha controle e poderia fazer R$ 100 por dia e sair desse buraco. Perdi os R$ 5 mil em minutos”.
O jogo que a viciou, conhecido como “jogo do foguete”, envolve apostas na decolagem de uma aeronave, onde o usuário deve finalizar o lance antes que ela exploda. Se a aeronave cair antes do tempo, todo o dinheiro é perdido.
A Revelação e as Consequências
Cerca de um ano após sua primeira aposta, o vício de Patrícia foi revelado à família da pior maneira.
Seu marido vendeu o carro e depositou R$ 10 mil na conta dela, mas Patrícia gastou tudo em novas apostas.
Patrícia
“Em menos de um mês, ele veio falar comigo e precisei contar a verdade. Foi horrível”.
Após essa conversa, sua saúde mental se agravou, com quadros de ansiedade e depressão.
Desse modo, em 2022 e 2023, Patrícia passou por altos e baixos. Embora tenha começado a quitar dívidas com a venda de marmitas, enfrentou recaídas frequentes.
Para tentar se livrar do vício, instalou um aplicativo que bloqueia jogos, mas nas crises de abstinência, permitia novamente o acesso.
Patrícia
“Hoje, vendo o almoço para comprar a janta e não tenho condições para pagar ajuda profissional. A ajuda gratuita é demorada e a ajuda precisa ser emergencial”.
Procurando Ajuda: Grupos de Apoio
Recentemente, Patrícia conheceu o grupo Jogadores Anônimos, uma instituição que nasceu nos EUA nos anos 1950 e teve a primeira reunião no Brasil em 1993.
Nesse sentido, o grupo oferece suporte para aqueles que lutam contra o vício em jogos.
Cláudio – Membro do grupo há 11 anos, que está sem jogar há dez.
“A maioria das pessoas que chega ao grupo tem problemas relacionados às apostas online. Considero essa febre online o novo crack da sociedade brasileira”.
Juliana: Outra História de Perdas
Outro relato é o de Juliana, advogada do Paraná, que perdeu R$ 100 mil em um ano. Ela começou a jogar após ser influenciada por uma propaganda e logo viu suas finanças desmoronarem.
Juliana
“Comecei com R$ 30 e acabei perdendo R$ 100 mil com esses joguinhos online”.
Dessa maneira, as apostas levaram a empréstimos bancários e dívidas com familiares, e ela passou a maior parte do tempo tentando recuperar o dinheiro perdido.
Juliana, que conseguiu parar de jogar no início deste ano, celebra quatro meses longe das apostas online.
Juliana
“Estou focando novamente, tentando trabalhar e pagando minhas dívidas aos poucos. Não pretendo voltar a jogar, mas é uma luta muito grande”.
Regulamentação e Proteção aos Jogadores
No final de 2023, uma lei sancionada pelo governo federal regulamentou o mercado de apostas online no Brasil, proibindo a participação de pessoas diagnosticadas com ludopatia.
As plataformas de jogos adotaram ferramentas para autoexclusão e limitação de depósitos, tentando proteger os jogadores de crises de vício.
A Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL) destacou que a autoexclusão e outras medidas são essenciais para prevenir excessos.
Leonardo Benites – Diretor de comunicação da ANJL.
“Os operadores sérios permitem que o cliente se autoexclua, impedindo o acesso às plataformas”.
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