Na Espanha, uma operação conjunta da Interpol, Europol e da Agência Tributária resultou na prisão de 53 indivíduos acusados de envolvimento em um esquema ilegal de apostas.
Desse modo, esses suspeitos, apelidados de “mulas de apostas”, teriam vendido suas próprias informações pessoais e contas de apostas para uma rede criminosa.
Contudo, a investigação, que ocorreu entre 29 de janeiro e 1º de fevereiro, abrangeu várias cidades, incluindo Madrid e Guadalajara, onde ocorreram as prisões.
Assim, o esquema em questão tinha ramificações em mais de 20 países e visava manipular resultados de eventos esportivos como futebol, tênis e tênis de mesa.
Como era feito o esquema de apostas?
Utilizando tecnologia avançada, os criminosos interceptaram sinais de satélite para obter acesso antecipado às transmissões dos eventos esportivos, garantindo apostas de sucesso. Ao atuarem como “mulas de apostas”, os detidos contribuíam para a operação ilegal, permitindo que os líderes da rede defraudassem operadores de apostas e lucrassem milhões.
Além disso, foi descoberto que a organização controlava mais de 1.500 contas de apostas, acumulando ganhos superiores a 2 milhões de euros. Agora, os 53 detidos enfrentam acusações que incluem participação em organização criminosa, fraude e lavagem de dinheiro.
Essas prisões representam a segunda fase de uma investigação iniciada em 2020, que já havia levado à prisão de 22 pessoas, incluindo líderes da organização criminosa.
Manipulação e esquema ilegal de apostas ainda é uma preocupação
A fraude em apostas esportivas continua sendo uma preocupação significativa, conforme discutido durante a 10ª sessão da Conferência das Partes Estados.
Os participantes destacaram a natureza lucrativa desses crimes e sua relação direta com a manipulação de resultados esportivos.
No entanto, há esperança, como evidenciado pelo último relatório da IBIA, que apontou uma redução considerável na fraude em apostas esportivas devido à aplicação rigorosa da lei.
No Brasil já houve esquema de apostas
Vale destacar que no Brasil já ocorreu situação similar, com a manipulação de resultados em jogos de futebol. No primeiro semestre de 2023, foi deflagrada a Operação Penalidade Máxima.
Como resultado da operação, encabeçada pelo Ministério Público de Goiás, diversos jogadores acabaram admitindo o envolvimento no esquema.
Sobretudo, na época, o zagueiro do Santos, Eduardo Bauermann, foi um dos investigados e punidos. Veja o que ele falou sobre quando foi contactado para participar do esquema:
Eduardo Bauermann – ex-jogador do Santos e atual jogador do Figueirense
“Já neguei de cara, não vi nenhum problema com isso [não informar o clube]. Resolvi negar e seguir a vida adiante. Foi o que aconteceu, mas acabou vindo à tona agora”.
Com relação às punições, alguns desses jogadores acabam sendo banidos do futebol. Outras punições envolveram pagamento de multa e suspensão por diversos jogos.
Atualmente, no Brasil, as plataformas de apostas vêm ganhando grande notoriedade.
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